25 de abril de 2015

Dançar até doer os pés e deixar leve a alma

Estou eu, há mais de 3h ficando mais loira (e linda. Modéstia manda oi. Hahaha) no Studio New York, onde as pessoas cantam e/ou dançam ao som da música ambiente.

De repente fui jogada num tempo onde eu também era assim e me peguei pensando quando foi que o deixei de ser. Não lembro.

Não lembro porque não há uma quebra definida no tempo, em que eu tenha acordado e decidido ser diferente.

Lembro de ir perdendo o interesse pelas baladinhas; depois de parar de me esforçar para fazer algo que eu não tinha mais interesse; e, por fim, de parar de ir.

A música ainda é sagrada e embala meu trabalho; meus (super raros) momentos de afazeres domésticos; meus momentos "vizinhos, não me odeiem, por favorzinho", que incluem fazer qualquer coisa de madrugada: desde costurar até cozinhar, passando por qualquer outra coisa que eu tenha protelado até o último momento.

Agora, é como se dançar fluidamente (ou de qualquer outro jeito) não me pertencesse mais. Sinto como se cada músculo meu lutasse contra, e a imagem mental que eu tenho de mim mesma dançando, é algo similar a uma estátua balançando de um lado pro outro. Nada bonito, né. rs

Talvez tenha a ver com meu estado de espírito, que não se sente triste, mas está longe do tempo em que era tão feliz que achava isso anormal. Mas era tão feliz que não perdia 5 minutos preocupada em ser normal.

Beijos, Betty.

13 de abril de 2015

Eu não preciso de antidepressivo, preciso de um mundo diferente

Há algumas semanas vi uma postagem no instagram, criticando o beijo da Fernanda Montenegro e da Nathalia Timberg. Na verdade, o buraco foi bem mais embaixo. Tão embaixo, que o post foi removido.

SE fosse somente uma crítica, acho que qualquer um está no direito de: gostar; desgostar; se sentir incomodado; mudar o canal; banir a "grobo"; banir a  novela da sua casa; ir lavar louça ... O que não é bacana é pagar de "politicamente correto" e não ter nem a habilidade pra disfarçar sua verdadeira essência - seja ela linda ou não (aos olhos da sociedade), que seja verdadeira.

Geralmente (arrisco dizer que sempre), uma frase que comece com "sou contra a homofobia, MAS" e termine de cagar com um "eu tenho amigos gays (como se isso te isentasse de qualquer preconceito)" está fadada a ser uma grande junção de nada com coisa alguma!

Antes eu tinha medo das pessoas e suas ideias, falas, ações. Agora estou ficando com medo de mim, de acabar me relacionando (por vontade própria) somente com meia dúzia de pessoas. Daí meu outro eu cochicha: mas, Betty, a diversidade é linda. Ser amiga somente de quem concorda contigo não é bacana.

E eu preciso admitir que é tudo isso aí mesmo, palavra por palavra. Porém, há uma grande distância entre discordar e ter vergonha alheia. Discordar é cada um expor seu ponto de vista e cada lado ter a sua opinião ouvida e respeitada. Ter vergonha alheia é ouvir argumentos vazios jogados ao vento como verdades absolutas ou, não sei o que é pior, ouvir um "quero me reservar ao direito de não dizer por quê" quando você pede por uma resposta justamente pra tentar entender o outro lado, que pensa diferente de você.

Beijos,
Betty.