29 de dezembro de 2016

GRATIDÃO!!!

Pensei em vários títulos pra esse post, entre eles, doismiledezesseis-o-ano-sem-fim, como muitos têm comentado. Mas avaliei e decidi colocar Gratidão, palavra que ganhou outro significado com a minha amiga Nana, direcionando a palavra a mim e ao mundo, sempre que pode.

Li em algum lugar (pra quem acredita em astrologia) que 2016 fecha um ciclo de uma porrada de anos e inicia um novo de outra porrada de anos em 2017. rs. hahahaha.. daquelas que fala, fala e não informa nada.

Você pode acreditar que "ufa! 2016 era só aquele período antes das férias, ou do aniversário, onde tudo vira um inferno"; ou pode pensar "pior do que está, não dá pra ficar, 2017 será: pra cima e avante!", ou pode avaliar os ciclos que se encerraram em você, dando espaço pro novo. O novo, não necessariamente é fácil (pelo menos não pra mim, que odeio com cada milímetro do meu ser, mudanças). O novo me dá medo, ansiedade, coceira de vontade de ficar no mesmo lugar. E nem sempre é de imediato que você reconhece que estava presa em algum lugar.

Por anos, talvez desde que aconteceu lá por 2001, estive presa a um conceito distorcido sobre mim mesma, embora nem sonhasse com isso. Entre outras coisas, essa "culpa" afetou diretamente minha relação com os homens, com meu corpo, com a comida, com meu peso, entre outras coisas. Desde que escrevi este depoimento sobre o relacionamento abusivo que vivi (pra quem não leu, fica o link), foi como se eu, só agora, enxergasse o quanto isso me afetava até hoje, permitindo finalmente que eu pudesse mudar. Algumas mudanças foram imediatas e outras ainda virão, mas reconhecer é o primeiro passo para alcançar.

Ainda neste ano, permiti ser humana e admitir que precisava de ajuda (por dentro estava esgotada, apatia era minha melhor amiga, irritação constante a segunda melhor amiga - todos sintomas de depressão), antes que não quisesse mais ajuda e cá estou eu, muito a contragosto, tomando uma porrada de medicamentos, mas que me devolveram um pedacinho de normalidade.

Com a crise do país, vi meu salário ser reduzido quase pela metade, me desesperar pensando em como sobreviver e perceber que somos seres adaptáveis e vivemos muito de supérfluos, enquanto muitos não têm o básico. Não desmereço o que tenho, nem o meu direito de viver confortavelmente, se a situação permitir, só porque outros não podem. Porém, ter consciência de que sou privilegiada, mesmo em meio à crise, me torna mais grata pelo que tenho. Teto, emprego, roupa, comida, água potável, energia, transporte, vida digna.

Por fim, a maior mudança e o fim do maior ciclo: 2017 começo o ano em Curitiba, após morar em Londrina por uns 18/19 anos. Consequentemente, deixo a XGraf/Crescer, onde trabalho desde que me formei (10 anos), onde fiz amigos pra vida, onde aprendi tudo que sei e ensinei muito também, sobre trabalho e, gosto de pensar, sobre a vida também. Não foi uma decisão nada fácil e cada dia eu me sinto triste por algo que não terei. Mas eu sei que vai chegar o momento que a tristeza substituirá a alegria por cada coisa nova que agregarei. Experiências, motivações, aprendizados, amigos novos. Agregar não é substituir. Nada, nem ninguém, tira de nós o que carregamos conosco. Nem nossas lembranças, nem nossas experiências, nem nossos lugares do coração e muito menos as pessoas que nos são importantes. Além disso, essa mudança tem me mostrado algo que eu vivo em negação: sou uma pessoa muito amada. Muito mesmo, até mesmo por quem eu menos espero.

Portanto, apesar de 2016 ter sido eterno, apesar de todas as mudanças que a taurina que vive em mim não curte, apesar de tudo, meu último post do ano só poderia ter esse título: GRATIDÃO!

Obrigada a cada pessoinha que está em meu pensamento enquanto escrevo essas palavras.

Beijos,
Betty.

20 de setembro de 2016

Pra que isso, natureza?

Alguém sabe pra que serve a TPM, além de ser chata pra cacete?

Eu vivi 37 bons anos da minha vida sem saber o que era isso, pra agora ser acometida, sem aviso prévio, pela Senhora, persona non grata, nos últimos meses, como um reloginho.

Por gentileza, não piore tudo convidando a Senhora Cólica pra festa.

Agradecida,
a Síndica desse corpo, por mais que não pareça,
Betty.


8 de julho de 2016

Das voltas que a mente dá

Parece que desde que eu percebi que eu penso demais, os nós se tornaram mais frequentes na minha mente. Já faz uns anos que nem todos os meus pensamentos tem começo, meio e fim...e muito menos, nessa ordem, em linha reta. Mas escrever, sempre me ajuda a organizá-los, então vamos lá.

Muita gente me vê como a organização em pessoa. Estão enganados? Não, eu sou (costumava ser bem mais) extremamente organizada para algumas coisas, principalmente se envolve terceiros. Já, pra mim, sou o extremo oposto. Sempre entendi isso como uma forma de equilíbrio.

Muita gente me vê com uma personalidade de liderança. Do meu pai que me chamava (não sei se carinhosamente, kkkk) de "chefe de gangue" aos 11; à médica que ontem, em cinco minutos de conversa, do nada falou: "te vejo em posição de líder, procure algo que te cerque de muitas pessoas"; passando pelo cara do teste vocacional, aos 17, que me disse que deveria "fazer direito, pois meu poder de persuasão era muito grande"; à faculdade, onde me escolheram representante da turma em uma semana de aula; e ao começo da carreira profissional, onde em menos de 4 meses, era chefe do departamento, depois estava abaixo somente dos sócios e hoje sou sócia. Claro que em alguns casos, houve favorecimento do "destino/acaso". Eu me vejo como líder? Vejo que posso ter sido, mas nunca desejei. Na verdade, eu tento até fugir. Ser o centro das atenções sempre me incomodou. Ser dona de uma empresa, nunca foi meu objetivo principal.

Muita gente me vê como uma pessoa sensata. E eu devo concordar que (talvez até mesmo por pensar demais e analisar todas as possibilidades) eu dou bons conselhos. Mas, nos últimos tempos, não me vejo como uma pessoa lúcida 100%, não que sejam opostos, mas é necessária uma boa dose de lucidez para tomar decisões sensatas. Além disso, eu vivo plenamente a frase "faça o que eu digo, não faça o que eu faço".

Tem uma lista vasta, mas já deu pra ilustrar aonde quero chegar. Há alguns anos, sinto que as pessoas vivem das memórias que têm de mim. Que eu deixei de ser e continuo sendo. Mas se assim o fosse, as pessoas novas que entram na minha vida (ou que me conhecem superficialmente) me veriam como me vejo hoje, correto?

Então, se a imagem que os outros têm de mim, não bate com a pessoa que eu sinto ser é porque eu disfarço bem ou é porque eu estou em negação? Alerta de spoiler: não existe só uma resposta correta. Rs, viu por que é "compricado" parar a minha mente?

Caso queira deixar aí suas impressões sobre a minha pessoa, sinta-se à vontade.

Beijos,

Betty.

1 de junho de 2016

Vamos falar sobre o Elefante branco no canto da sala, parte 2

Fui convidada por um amigo, criador do Torta de Climão, a dar meu depoimento sobre abuso sexual e o mais louco disso tudo é que eu já tinha visto o post dele, pedindo a quem tivesse interesse, que compartilhasse suas histórias e em nenhum momento passou pela minha cabeça que eu fizesse parte deste imenso grupo de quem já foi vítima de abuso. Sim, somos vítimas e isso não significa que estamos fazendo "mimimi de coitadinhos", significa que se há um agressor, há uma vítima. Significa que em algum momento, alguém que tinha uma força maior do que a sua (seja física, seja psicológica, seja pela ocasião) fez algo que ia contra a sua vontade e o feriu (fisicamente, moralmente ou de alma). Não passou pela minha cabeça, assim como não passa pela cabeça de muitos, que meu namorado (marido, amigo ou parente também entram aqui) possa ter feito algo contra mim. CLARO que o que passei foi abuso e foi abuso dos gigantes.

Muitos sabem que passei por um "ano negro", como costumo intitulá-lo, mas ninguém sabe de tudo que vivi e confesso que começo este texto sem saber se vocês saberão de tudo ao final dele, pois tenho em mim, que o importante não são os detalhes sórdidos, mas o que se tira dele. Por quê, agora (depois de uns 16 anos), dividir isso com o mundo? Leia e entenda.

Depois de 6 anos de namoro e uns 6 meses de separação, ao reatarmos, tive de volta uma pessoa 100x mais ciumenta, possessiva, agressiva e dominadora. Por um ano (em que mal saíamos de casa) fui humilhada, torturada psicologicamente (vadia, vagabunda, seus pais não imaginam quem você é!), agredida fisicamente, obrigada a sexo punitivo e tive minha auto-estima reduzida a pó. Acreditei no começo, que por amor, tudo passaria. Acreditei no meio, que aquilo era o que eu merecia. Acreditei, por um bom tempo, que só a morte me salvaria. Acreditei no fim, meio que por um milagre, sem ajuda nenhuma pois tinha muita vergonha de mim e daquilo tudo, que eu podia me libertar e foi o que aconteceu.

Bem, ao escrever as linhas e remexer no passado que eu não admito, mas deixo o mais fundo possível escondido dentro de mim, tenho vontade de chorar, de ir ao encontro dele e dar-lhe um soco na cara. Tenho dó... de mim do passado, mas dele também, porque, normal, ele não é.

Por um bom tempo, também sem admitir para mim mesma e para os outros, eu fiquei muito traumatizada. Tanto que isso estragou outro relacionamento meu, porque julguei que ele também pensaria tudo que o outro pensou e me veria como uma vagabunda! Pelo desfecho, talvez visse mesmo, mas a opinião dele e de qualquer outra pessoa, pouco me importa agora, pois finalmente sei quem eu sou, sei dos meus valores, sei do meu caráter e nada disso pode, deve ou é determinado pelo meu passado.

O que importa nessa história toda é que por tanto tempo, sem questionar, eu acreditei MESMO que eu era a errada da situação, porque, estando solteira, em seis meses, beijei uns 4 caras e transei com um desconhecido, enquanto ele namorava outra. Totalmente vadia, né (ironia, mode on).

O que importa é que você que me lê, pare de julgar os outros sem saber que sapatos eles vestem. Não, mulher que não vai embora no primeiro sinal vermelho, não gosta daquilo; não gosta de apanhar; não merece ser estuprada... muitas vezes, só não tem força para sair daquela bolha.

O que importa é que você que lê entenda que, homem ou mulher, cada um tem o direito de fazer o que quiser com seu corpo, sem ser chamado de nada, nem de "garanhão", nem de "não gosta da fruta", nem de "fácil", nem de "madre teresa".

E o mais importante de tudo! O que importa é que você que lê, caso se reconheça no texto e se perceba em um relacionamento abusivo entenda que SIM, você pode e merece mais do que isso. Sim, existe saída e sim, procure ajuda o quanto antes.

Beijos,
Betty.

14 de maio de 2016

Vale a pena lembrar...

...apesar de não solucionar os problemas do Brasil (e até do mundo, por quê não?), não custa tentar lembrá-los de que opinião não é fato e vice-versa.

Ah, e tem as filhas mutantes disso tudo que são as notícias fake. Se tem algo que me tira do sério é alguém espalhar notícia fake, SABENDO QUE É MENTIRA, só porque "essa pode não ser verdade, mas eles merecem". PORRA! Com tanto acéfalo no mundo, você precisa mesmo fazer esse desserviço de aumentar a ignorância?!? Se está tão ávido por disseminar seu ponto de vista, ao menos se dê ao trabalho de investigar por cinco minutos a fonte do que está compartilhando.

Pra quem tá confuso, fica aí a explicação: Opinião é julgamento, fato é verdade.

opinião
substantivo feminino
  1. 1.
    maneira de pensar, de ver, de julgar.
  2. 2.
    julgamento pessoal; parecer, pensamento.
    "não tenho uma o. formada sobre esse assunto"

fato
substantivo masculino
  1. 1.
    ação ou coisa feita, ocorrida ou em processo de realização.
    "não se deu conta desse f."
  2. 2.
    algo cuja existência pode ser constatada de modo indiscutível; verdade.
    "o controle da poliomielite é agora um f."


O que eu mais tenho visto atualmente é opinião sendo usada como fato. Onde vamos parar? A sensação que tenho é que estou numa ladeira sem fim e meus "freios" dependem da opinião de uma ala duvidosa, misturada com fatos camuflados.

Me considerava "sortuda" por ser cercada de ambos os extremos deste fla-flu político, por poder receber ambas as versões dos fatos, mas confesso que ando sacuda dessa conversa. No início achei interessante eu finalmente ser obrigada a ser menos alienada e ser mais politizada. Mas é o Ó! Você tem que ter pensamento próprio, precisa ler, se informar e decidir no que acreditar, pelo quê lutar, a qual causa aderir. Eu concordo plenamente. Mas alguém me diz onde posso fazer tudo isso?

Por favorzinho, não me mandar ler livros de história. Eu quero saber do agora, onde há uma fonte imparcial, confiável, baseada em fatos? Isso existe?

Porque talvez, você não enxergue, mas tudo que você compartilha puxa sardinha só pra um lado. Daí, você vai me dizer que é o lado certo. Mas, pera, isso não é uma questão de opinião?

Estive acompanhando a votação dos senadores pelo impeatchment (que eu acabei de perceber, nem sabia escrever) e sabe o que eu percebi? Que muitas vezes eles usavam exatamente o mesmo argumento, pra votar em lados opostos. Isso não é muito louco?!? E sabe por quê isso acontece? Porque opinião virou fato. NÃO PODE, GENTE! ..."Por X, voto sim!" / "Porque X não é crime, voto não!" Ou é, ou não é, pra que servem as leis? 

Enfim, sou só mais uma gota no oceano no meio do desabafo pela incerteza do amanhã, mas precisava desabafar.

Beijos,
Betty.

4 de maio de 2016

Aos "do coração", meus mais sinceros agradecimentos!

Eu sei, racionalmente, que tenho em minha vida, pessoas boas. Muito boas, principalmente se a medida da balança for meu bem querer. Sei também, ainda racionalmente, que como tudo é uma via de mão dupla, sou metade responsável por isso (trocando em miúdos, devo ser uma pessoa muito boa. hahahaha).

Racionalmente é bem diferente de emocionalmente e, neste momento, eu diria que meu emocional anda meio em "stand by", "zumbi mode on", "anestesiada", por isso, saibam vocês que, mesmo que eu não externe de forma explícita, eu agradeço muito, muito, muito, pela festa super surpresa e por cada um de vocês que enfrentou a noite mais fria do ano pra me fazer sorrir, seja na presença, seja no pensamento (sim, o que vale é a intenção. rs).

Agradeço pelos recadinhos sempre cheios de amor, que me lembram de uma pessoa que eu sei, mora aqui dentro, mas ultimamente, estamos nos desencontrando e o fato de vocês lembrarem dela assim, tão cheia de virtudes, qualidades, saudades e lembranças boas, me faz querer lutar mais para que ela volte logo.

Eu disse uma semana antes do meu aniversário, que ele, o dia, é um dia como outro qualquer. Sem grandes razões ou acontecimentos que me fizessem comemorar mais uma passagem de ano. Mas, meus amigos pensam diferente e os agradeço por me fazerem perceber que posso até ter minhas razões para pensar assim, mas ser rodeada ano após ano, de pessoas que te amam, é um puta motivo pra comemorar.

Estou meio sumida e estarei ainda por um tempo. Não quer dizer que eu não goste de você, só quer dizer que eu preciso que as coisas aconteçam no meu tempo, neste momento. Reencontrar-se, principalmente quando não depende só de boa vontade, é um lance bem complicado.

Obrigada!!!
Betty.

13 de abril de 2016

Vamos falar sobre o Elefante branco no canto da sala

Na atual conjuntura, onde "fla-flu" deixou de ser esportivo e os elefantes brancos se multiplicaram mais que filhote de rato, fica impossível adivinhar qual será o escolhido da vez, né. hahaha

Eu "tenho andado distraído, impaciente e indeciso e ainda estou confuso só que agora é diferente. To tão tranquilo e tão contente". Renato sempre me entende. Nem tão contente, mas muito menos impaciente.

Faz dois meses, eu, que vejo remédio como toxina (racionalmente entendo os benefícios, mas odeio), incluí mais dois pra lista diária: anti-depressivo e estabilizador de humor (em doses quase homeopáticas, segundo a psiquiatra).

MAS COMO É QUE É? Você? Mas você tem certeza que precisa? Que certeza temos nessa vida, né. Só sei que não está nível "fundo do poço", mas também não está bom e sei que pode ser melhor. Também sei que venho arrastando isso, sabe-se lá desde quando e que foi bom ter ido atrás de ajuda enquanto eu ainda queria ajuda.

Acostumamo-nos a associar depressão com aquela que te derruba, com suicidas, etc. E é claro que existe, mas você não precisa chegar nesse ponto antes de procurar ajuda. Apatia também é um tipo de depressão. Irritação constante também faz parte do quadro.

Eu não sei nem em quantos post já falei isso, mas repetirei sempre: não julgue sem antes calçar os sapatos.

Ainda tem muita gente com preconceito em relação à depressão. É doença, é coisa séria, e o melhor de tudo, tem tratamento. Não hostilize ou menospreze quem se abriu contigo, porque é quase um último recurso quando a pessoa resolve dividir.

Não é fácil admitir para si e para os outros que você precisa de ajuda, mas acredite, você precisa de tratamento e o lance de "é uma fase", pode ser assim, pra algumas pessoas, mas você quer esperar e pagar pra ver?

Um amigo seu parece "diferente" do que costumava ser? Pergunte. Você se questiona se as coisas estão como deveriam ser? Converse! Não sofra sozinho, "porfavorzinho".

Beijos,
Betty.