24 de janeiro de 2018

Porque escrever organiza meus pen-sentimentos

Há quase 10 anos, tive minhas primeiras crises sérias de ansiedade. Confundi com amor, com preocupação, com querer respostas que se recusavam a me dar.

Aprendi da pior forma (porque eu não sabia nem se a outra pessoa estava viva, confrontá-la cara a cara era missão impossível) que ansiedade nasce fácil de querer coisas que não dependem de você. Aprendi também que o segredo para ter paz é não querer controlar o que não depende de você.

Bem óbvio. Mas, né... saber e fazer (ser capaz de) são mais do que dois verbos distintos. rs

Essa semana, que me sobrou um tempo pra fazer nada, sobrou tempo pra pensar muito e adivinha quem veio me visitar? D. Ansiedade - das bravas - e trouxe de presente a balança onde, com a ajuda da Ansiedade, ao mesmo tempo que eu colocava um item de um lado, surgia um item pra colocar do outro e daí a D. Ansiedade chamou a família inteira pra ajudar. Ou seja, foi (está sendo) O caos interno por aqui.

Eu queria algumas respostas, mas nem tenho coragem de fazer as perguntas, pois me sinto boba, chata, irritante, invasiva. Bons tempos quando você tratava dos meus medos (bobos, eu sei) sem me fazer sentir ridícula. Parecemos duas pessoas completamente diferentes.

Então, resumindo... eu fico ansiosa porque ensaio para perguntar. Fico ansiosa porque imagino as 10 mil respostas que podem me dar. Fico ansiosa porque imagino 10 mil reações para cada uma das 10 mil respostas. Não é fácil conviver com esta mente.

Mas a real é que hoje veio a lembrança do quanto foi libertador quando eu percebi que eu não queria mais respostas pelas quais eu esperei uns 2 anos. Por conta disso, fui invadida por uma paz que me disse: não pergunte nada, porque independente da resposta, você já sabe o que quer da vida. Por quê você está dando a outro, o que você tem de mais valioso, seu poder de escolha?

Acho que fica a lição de que: errar é humano e errar 2, 3, ... 100 vezes, não é burrice. O que eu levei 2 anos pra absorver, dessa vez o fiz em dias. E ainda vou lutar muito contra isso, mas uma hora passa de vez. Morre por inanição.